ATRABILIS- Arthur Gregório Valério


Um estar violeta na pálida atmosfera 
pega nua na irrelevância de fantasiar  
por dores e estrelas de aço, já enferrujadas. 
Todas as luas presas a Saturno 
para que só um botão de rosa sobreviva.
Uma vida inteira para se descobrir 
que no final, o sol também é frio.  
A convalescência 
que não deixa ir embora o que já se foi.  
Um ser-sempre-outro lilás e insólito na febre, 
a deixar tudo como é
perdido no seu sem-porquê de ser.
A tortuosa razão, suficiente para que o fim seja, 
definitivamente, o fim. 
A certeza que transborda falta de certeza 
e cobra a ausente presença  
do par de olhos do qual já nada passa desapercebido.  
Eis a mais dura lição
que se recebe crua da realidade.  

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