(Para Lara Dillela Micali)
O dia se vai sem canções e sem perdão.
Não há nada depois do sol,
nem depois dos séculos,
mas quero agora cantar no meu silêncio,
de onde estou.
Uma alegria sem lamento ou piedade.
Uma alegria que derrube o firmamento todo de seu lugar
e arranque da terra as causas perdidas nas elegias
doces de nosso tempo,
pois nosso tempo é sempre nosso.
Estarei do teu lado,
no sonho em que não há sonho.
Não morrerei hoje, nem ontem.
O que se foi, se foi.
Eterno em sua data irremissível.
imperfeito e supremo no seu ser indesculpável.
Estarei, pois na vida que não se tem à mão,
mas que se vive à frente.
E o meu tempo, sempre anterior as coisas,
é o nosso, por acaso e graça
na tua lembrança
que de mim não partirá.
*
Poema de Arthur Gregório Valério (Para Lara Dillela Micali), na página 17, da 18a. Antologia Ponto & Vírgula, lançada dia 18 de dezembro de 2021, no Hotel Nacional em Ribeirão Preto
Amei, Fernanda!!!
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