embalado pelo amor
na corredeira da paixão.
Segue seu curso tão livre
ébrio de felicidade,
desejo, atração, tudo intenso.
E ele corre ligeiro
rumo aos braços do meu amado,
buscando esse outro barco,
vai sempre firme, ansioso
e não se cansa nem desiste
em busca de seu destino.
Agora volta meu barco
contra toda a correnteza
tentando superar a tristeza
de apenas ter encontrado
um barco vazio de afeto
que não lhe tinha apego.
Vagaroso, vai sem querer
seguir em seu triste trajeto,
meu pobre barco desfeito.
Não era de boa madeira
igual a esse amor que morreu
em uma triste madrugada:
era um barco de papel
era apenas um falso amor
desfez-se na noite dos tempos
levado pela enxurrada,
era um barquinho de papel,
era um amor de mentirinha
*
Poema de Maria Alice Ferreira da Rosa, em destaque, na página 14 da 62a. Revista Ponto & Vírgula (outubro/novembro/dezembro/2022)
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