Quero juntar
como o mar junta as águas...
Nelas jogar as tristezas, desavenças,
todas as mágoas e diferenças.
Receber todo cardume,
sem queixas, sem ciúme.
Ser como a várzea que verdeja,
a pedra d’água, a pedra Hume.
Como as aves no seu revoar,
juntando gravetos para se aninhar.
Como estrelas cintilantes
no céu a brilhar.
Na escuridão aceitar
as luzes azuis do vagalume...
Unir corações dispersos e,
numa chuva de versos,
poder cantar
um coral madrigal...
Ver mil centelhas de luz!
A celeste amplidão!
Mago encanto!
Reverter a pobreza de cada canto...
Levantando todas as vozes,
numa sublime verdade.
Buscando ideias velozes
para inundar o mundo
de coisas serenas,
sem pesadelos, sem hipocrisia,
Sem dor e sem pena,
e, uma frase pequena,
Bênçãos de união e
o coração em paz!
*
Poema de Maria Luzia Misuraca Graton, em destaque, na 61a. Revista Ponto & Vírgula (outubro/novembro/dezembro/2022) - Pág. 13.
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