NOSSAS VIDAS - XVII- Idemar de Souza

Adentrou. Olhou-me assim.... piedosa, a Florbela.
Acariciou-me as faces, como dantes... delicada...
E acomodou, em minhas pernas, a sua amada
Cria. E o pranto, doce, veio... e também o dela!

Recompusemo-nos. Varremos, de vez, o pranto,
ainda que doce! O momento propunha alegria...
e na luz dos olhos seus, já reconfortado, eu via
de volta, a quimera... manhãs ao entoar de canto...

beijos... E ela veio. Pôs-se sentada ao meu lado...
pertinho... estava leda! Falou da vida, do irmão,
da filha... eu esqueci de saber do companheiro!

Sobre filhos, a preocupação é o ausente! Então,
Inquiri sobre o Cravinho, um amigo, meu parceiro....
mas, já no ocaso parecia, tudo isso, o nosso fado!




*Soneto de Idemar de Souza, em destaque, na 61a. Revista Ponto & Vírgula (outubro/novembro/dezembro/2022) - Pág. 13







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