TEMPO NA PONTE - (2002)- ( Alvim Barbosa na fecundidade de seu silêncio)



Tempo cansado destruindo a cor subjetivamente.
Ganhar o tempo acima da solidão.
Do que é possível tudo se perde.
Recuperar o tempo.
Talvez a emoção traída se transforme.
Ponte incomum. O rio é largo.
Não tem limite nem direção. A ponte é só.
Não passarei do gesto. A água turva te afogará.
Este impulso no tempo proporcionará o tom.
Descobrirei teu rosto em minhas mãos.
E o som da água entre meus dedos.
Canção de teus cabelos.
Havia a ponte. Preferiste o rio.
Violentei-me no choro de teu naufrágio.
Perdeste o tempo. Ponte em ruínas.







*Alvim nasceu em 07/12/1935 e faleceu em 01/06/2007

*Poema em destaque na 61a. Revista Ponto & Vírgula
 (outubro/novembro/dezembro/2023) - Pag. 15

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