Apresentação do livro «Impressões colhida» de Irene Coimbra- Fernanda R-Mesquita

  

     
«Impressões colhidas», é um livro pelo qual o leitor poderá iniciar a leitura pela crônica «Tudo começou assim». Através dela poderá imaginar a coragem, a determinação da autora ao lançar-se no projeto Ponto & Vírgula. Projeto que abraçou igual a guerreira convicta dos seus ideais, não se deixando abater pelas derrotas. 
    Após a leitura dessa crônica poderá concentrar-se desde o primeiro poema até ao fim do livro e conhecer uma Irene Coimbra filha, mãe, esposa, amiga, poeta, produtora e observadora do mundo.  
    Há quem defina os seus poemas, como poemas de rimas pobres e sem palavras rebuscadas. Irene é livre, segue a sua intuição, sem medo de julgamentos. Não se retém em teorias que possam manobrar os reais sentimentos da hora em que escreve. Há um grito dentro dela: Não se prende uma Poeta!
    Quem souber ler, encontrará no estilo literário da autora a autenticidade de um ser humano que embora esteja fisicamente presente nas lutas do terreno físico, sente persistentemente que existe uma outra. Há uma considerável procura pela outra. Aquela que ninguém vê, mas que se mostra, umas vezes de forma mais visível, outras menos, mas sempre presente. Por vezes essa procura acontece nos momentos em que a Irene terrena se sente incompreendida e assaltada por assaltantes brutais que a deixam sem verbos, advérbios, substantivos, adjetivos...
    Como personalidade forte, não reconhece a idade avançada como o término da vida. Ela questiona essa crença de muitos da seguinte forma:
    — Como é possível assim viver?
    Se a idade já passou, 
    não teria que morrer? 
     Durante a leitura encontramos a força da autora sustentada pela sintonia que ela mantém com o     Criador, do qual sabe que sempre obterá respostas e ajuda, ainda que de modo sutil. Também mensagens de encorajamento aos seres que ama para que usem a envergadura das asas em rumo oposto aos predadores. 
      Nas crônicas escolhidas para este livro, encontramos momentos muito engraçados, leves e a paixão da autora pela vida e por sua família. 
     Neste livro, assim como em todos os livros de Irene Coimbra, ela apresenta-se real, autêntica, atenta a todos os momentos da vida e crente de que os sonhos se realizam. 
 Finalizo este texto a pensar no relato do casaco preto de inverno que ela comprou. Apesar de residir em Ribeirão Preto, uma zona em que o clima não justificava tal compra, imaginou-se dentro dele, passeando por Londres.
    «Imagine... eu, uma pobre professorinha, em Ribeirão Preto, me vendo em Londres com aquele casaco. Só mesmo louca!»
    Trinta anos depois viu-se na cidade distante, agasalhada pelo casaco preto. 
    De uma sua, sempre presente e atenta leitora

Fernanda R-Mesquita






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