Companheiros de longevidade! Estamos deveras preocupados com a passagem acelerada do tempo, em direção a finitude da existência: muita ansiedade e angústia existencial, decadência do corpo e da mente, declínio das funções vitais, estresse, esquecimento, ansiedade com relação ao futuro, dores crônicas insuportáveis, aposentadoria insuficiente, solidão, falta de tesão, crise afetiva e amorosa, será que existe uma “boa morte”? Vamos conseguir pagar um plano de saúde decente ou ficaremos na mão do S.U.S.? O que estamos plantando para o nosso futuro que se aproxima célere? Alzheimer? Parkinson? Infarto? A.V.C.? Câncer? “Sem tesão não há solução”? Como está o nível da sua testosterona?
Olhando criticamente para o passado: quanta coisa deixamos de fazer, quantas decisões erradas tomamos, quantas amizades e amores perdidos? Projetos não realizados, fracassos, sem resultados, murros em ponta de faca, complexo de Sísifo? Os traumas e coisas não resolvidas do passado precisam ser fechados, pois é um passado que continua vivo e fica sugando a energia nossa de cada dia. Endorfina, serotonina, felicidade, mito da família “feliz”, fantasias, máscaras e ilusões ocuparam nossa mente, perfil, personalidade e comportamento. Muitos anestésicos, analgésicos e amortecedores da dor e frustração: bebedeiras homéricas, comilanças, drogas legais e ilegais, amizades supérfluas, vícios, busca desenfreada pelo prazer, surto de hedonismo?
Arrependimento e culpa: a dura constatação que no passado fomos desleixados com nossa saúde física, mental e espiritual. Cerveja com amigos, sistematicamente, com um “rabo de galo” antes ou aquele caipirinha, até chegar a devoração daquela picanha gordurenta e salivante. Sucesso era fartura, desperdício, embriaguez, loucura grupal, festas maníacas, delírio coletivo? Esse estilo de vida insano, irracional e hedonista cobra um grande preço: altas taxas de colesterol ruim, entupimento de veias e artérias, risco de infarto e A.V.C. Cirrose, pancreatite aguda, pressão extremamente alta. Alguns ou muitos que abusaram desse estilo “Bhrama ou Antártica” já nos deixaram e nos inspiram a parar com os 7 pecados capitais, antes que seja tarde.
Nas crises existenciais cíclicas, nos momentos intensamente conflituosos do ponto de vista pessoal, muitas vezes recorremos aos diversos tipos de ajuda e terapia: a psicológica (cognitivo-comportamental, psicanalista, Gestalt, psicodrama, biodança, musicoterapia, etc.), às religiões, a autoajuda, ao psiquiatra, que nos introduziu no campo dos chamados “paraísos artificiais” e nos estados alterados de consciência. Lexotan, Prozac, Diazepan, Dormonid, Rophinol, Rivotril, Alprazolan, Zolpiden, Ritalina, Quetiapina. Os medicamentos “tarja-preta” ajudaram nas crises agudas, principalmente, nos momentos de ideação suicida, automutilação, depressão profunda, ansiedade extrema, insônia enlouquecedora, mas não nos curaram e em muitos casos pioraram os quadros clínicos, especialmente, nas desordens mentais, e enquanto produtos químicos acabaram causando enorme dependência em massa, para alegria da indústria medicamentosa. E o que fazer então? Parece que existe um consenso atualmente de que a preservação da saúde física e mental, bem como impedir o agravamento de doenças crônicas implica uma certa mudança no estilo de vida, de modo a abarcar: uma alimentação adequada, rica em fibras; prática de exercícios físicos, fortalecimento da musculatura, manter uma atividade profissional e ocupacional altamente motivante e prazenteira, estimulação cognitiva e vida afetiva. Há também que se buscar seguir os ensinamentos do Vinicius de Moraes para se “viver um grande amor”. E refletir sobre o sentido da nossa existência no planeta em chamas, afinal qual legado vamos deixar para nossos netos e bisnetos?
Texto de Sérgio Kodato, em destaque, na página 13,
da 63a. Revista Ponto & Vírgula (abril/maio/junho/2023)
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