Durante milhares de ano, o homem batalhou bravamente para se construir como um ser inteligente, sendo que, para a esmagadora maioria deles, essa inteligência representava tão somente o desenvolvimento do intelecto. Para isso, primeiramente ele teve de se apropriar da linguagem verbal, que foi o grande trunfo na conquista dessa inteligência: antes de ser SAPIENS, o homem teve de se tornar LOQUENS. Eis que as palavras foram, de fato, o grande motor da evolução humana.
Também, o homem sempre se vangloriou dessa conquista e aqueles que se mostravam mais intelectualmente capacitados conseguiam lograr grande êxito no desempenho pessoal, sendo louvados e admirados pelos comuns dos mortais. Todo o progresso da espécie humana fundamentou-se nesse aparato intelectual: o avanço das ciências e das artes, as grandes invenções, as grandes descobertas, as obras-primas, o sucesso financeiro...
Tanto progrediu o homem em sua capacidade cognitiva que, um belo dia, conseguiu ensinar às máquinas como serem inteligentes também, começando, obviamente, por treiná-las no domínio da palavra. Quando isto se tornou realidade, eis que surgiu a verdadeira INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL.
Agora o homem se encontra perante um dilema vital: as máquinas que ele treinou tornaram-se capazes de continuar aprendendo e evoluindo sozinhas, sem qualquer interferência humana. Inclusive, brevemente tais máquinas conseguirão superar a própria intelectualidade humana, mesmo porque possuem uma memória inesgotável e são tão velozes na ação, que nenhum ser humano jamais conseguirá desafiá-las. Então, o que será feito desse Inteligência Cerebral do homem?
Penso que há duas decisões básicas a tomar: a primeira delas é não ignorar essas máquinas inteligentes, fazer delas uma aliada, aprender a lidar com elas. Feito isso, o homem precisa se dedicar, enfim, à única capacidade que o torna superior a qualquer máquina: a sua humanidade, expressa num outro tipo de inteligência, a dita INTELIGÊNCIA EMOCIONAL. Eis que a criatividade, a sensibilidade, a capacidade de cooperar e de liderar, de estabelecer relacionamentos positivos, de decidir com ética e (por que não dizer?) com amor, eis o que se tornará o grande diferencial humano doravante.
Digo isso, porque os homens fizeram, de fato, um grande progresso intelectual desde os seus primórdios. Mas, no que diz respeito à qualidade propriamente humana da convivência, nisso não vejo qualquer melhora: aí estão o egoísmo, as desavenças, os preconceitos, a ambição desmedida, os homicídios, as guerras, a fome, a destruição ambiental a darem testemunho de que o ser humano é bem pouco inteligente, pelo menos emocionalmente falando.
De qualquer forma, doravante, só resta mesmo aos homens se hominizarem de uma vez por todas, humanizando, de fato, a sua atuação neste planeta. Caso contrário, a submissão perante a Inteligência Artificial estará definitivamente estabelecida.
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