Lá está o fauno decaído
Brasas enxugam-lhe a face
Na cova da memória falido
Livre estaria se não amasse.
Mas uma luz lhe corrói a alma
E o sonho, desaparece no véu
Descortinados estão os astros
Tragados pelo vazio do céu.
Com a pena da dor, se aprecia
O velho ente azul da tarde
Sem se lembrar onde havia
Tal memória que ascende e arde.
Mas a vida ora, não é lamento
O antigo bronze invade o porvir
O diabo fez-se anjo, mais sedento
Do que vem, fica, e irá partir.
Poema de Arthur Gregório Valério, em destaque, na 67a. Revista Ponto & Vírgula (abril/maio/junho/2024)
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