Eu suspeitava que, por aqui, tu andavas rodeando
e, quando em meus sonhos, me beijavas, eu te via...
Mas, de repente, eu te revejo aqui, em pleno dia...
Será saudade... ou o pai eterno está te relegando?
Que fazes aqui, papai, a tanto contemplar àquela flor?
Ora, Florbela... não vez? É a tua mãe... olha as feições
dela! Não está linda? Hoje, vivemos das recordações
calorosas do passado... isso alivia um pouco a nossa dor!
Ô meu velho... diga que vocês ainda vivem... por favor!
Querida... claro que sim! Mora em nós a tua imagem,
o teu apego... e a tua afeição, que tanto nos devotaste...
O teu meigo e generoso coração, à míngua de estiagem
das bondades, palpita em nós... e como tu nos doaste
nos dias de solidão... Viemos fruir, contigo, esse calor!
Soneto de Idemar de Souza, em destaque, na página 25, da 68a. Revista Ponto & Vírgula (julho/agosto/setembro/2024)
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