NOSSAS VIDAS - XXXIX /À poetisa Roswyta- Idemar de Souza


Eu suspeitava que, por aqui, tu andavas rodeando
e, quando em meus sonhos, me beijavas, eu te via...
Mas, de repente, eu te revejo aqui, em pleno dia...
Será saudade... ou o pai eterno está te relegando?

Que fazes aqui, papai, a tanto contemplar àquela flor?
Ora, Florbela... não vez? É a tua mãe... olha as feições
dela! Não está linda? Hoje, vivemos das recordações
calorosas do passado... isso alivia um pouco a nossa dor!

Ô meu velho... diga que vocês ainda vivem... por favor!
Querida... claro que sim! Mora em nós a tua imagem,
o teu apego... e a tua afeição, que tanto nos devotaste...

O teu meigo e generoso coração, à míngua de estiagem
das bondades, palpita em nós... e como tu nos doaste
nos dias de solidão... Viemos fruir, contigo, esse calor!


Soneto de Idemar de Souza, em destaque, na página 25, da 68a. Revista Ponto & Vírgula (julho/agosto/setembro/2024)


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