Sou de uma madureza tímida;
os anos vergam-me,
mas envergonho-me de ser triste.
Queria ser uma haste
como a espada de São Jorge;
rígida, serventeira,
mais feia que a utilidade.
Fez-me Deus uma violeta
fútil e pequena,
ao sol definho,
à sombra, sou apenas a promissão
do regar da água,
e à espera longuíssima da floragem.
Poema de Cecília Figueiredo, em destaque, na página 12 da 70a. Revista Ponto & Vírgula (janeiro/fevereiro/março/2025)
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