DEPOIS DO VAZIO... - Adriano Pelá

 

Em momentos dos dias atuais, em muitos momentos, ao tomarmos conhecimento de fatos terríveis ocorridos em lugares distantes, mesmo que amainados pela separação geográfica, mas mesmo assim chocantes nos levam a afirmar que o mundo enlouqueceu, ou pior, está à deriva, os parâmetros estabelecidos pela tradição estão sendo desrespeitados, esquecidos, ultrajados e ultrapassados. Nosso chão habitual não mais existe, causa estranhamento e cria um vazio em nosso viver. 

Nossos conceitos perdem a validade, neste tumulto de desencontros e choques, no mundo que vivemos onde persistem guerras, escravidão em modelos atualizados, cruéis, em atendimento a desejos da ambição desmedida de poder por grupos dos mais diferentes espectros da fauna humana. Mas em compensação, notamos um embrião de amor, nascendo em profusão dando mostras abundantes em nosso cotidiano, esclareço: Milhares de pessoas passaram a adotar cães, gatos e outros pequenos animais, além de aves, dedicando a eles grande amor, tratando-os como seres humanizados pertencentes à sua família dando-lhes afeto condizentes à nova consideração. Fato auspicioso sem dúvida. 

Em um prognóstico otimista talvez estas atitudes sejam como disse acima “o embrião de novo relacionamento amoroso aos animais. Mesmo que o foco atual seja aos pequenos animais recentemente evidenciados não sabemos até onde pode, em uma visão futurística, pensando em séculos, este amor poderá ampliar-se e tornar possível que se estenda a todos os animais sem nenhuma exclusão, respeitando-os dando-lhes o direito à vida, deixando de tê-los como alimento de subsistência.

 Não mais guerras fraticidas e crueldades desumanas cessando o vazio de sentidos ante os horrores outrora vividos, inaugurando uma era de acontecimentos felizes para todos. Esta é uma visão que para muitos é utópica, porém otimistamente viável, quem poderá afirmar-se divergente?

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Texto de Adriano Pelá, em destaque

na 8, da 72a. revista Ponto & Vírgula (julho/agosto/setembro/2025)



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