Irene Coimbra:
Podemos dizer que o lançamento do livro “Travessia de um Beijo de Luz” foi sucesso total e essa noite a Noite do Amor! É ou não é, Gaiô?
Gaiô:
Realmente, a Noite do Amor! Um amor singelo, singular, que foi vivido durante sessenta anos e, por incrível que pareça, o João se foi após celebrar as nossas Bodas de Ouro! Penso nisso até hoje, porque é muito simbólico. A gente falava muito de chegar nas Bodas de Ouro e chegamos. Só que aí ele se despediu. Foi duro, triste, mas hoje posso dizer, que é a noite de amor e que ele está feliz. Eu tenho esse testemunho e está no final do livro. Ele está feliz e eu também, porque a vida continua e é uma história que tem que se expandir, sensivelmente, dentro daquilo que nós somos, que a gente percebe, sente e espalha. É essa sensação que eu tenho, Irene. Que possa servir como exemplo, como saídas, soluções, para todo e qualquer casamento. Cada um à sua maneira, mas, tem coisas básicas, que a gente nunca pode esquecer num casamento. Que se renove todo santo dia. É fácil? Não, não é. Mas quem tem criatividade, tem potencial para desenvolver o seu amor, a sua subjetividade e ama, tem que ter, todo dia, uma história para ser renovada naquele amor. Eu e João vivemos isso! Ele era muito criativo, inventava coisas para me agradar no Dia dos Namorados. Ele escreveu cinquenta e nove bilhetes do Dia dos Namorados e me mandava esses bilhetes. No último, foram seis meses antes, foi dia 12 de junho e ele faleceu em janeiro seguinte. Então é uma bela história. O livro é uma homenagem que faço a ele, porque ele foi um homem muito especial. João sempre foi muito criativo, mas não teve chance. Ele fez aquilo que foi possível, como era na nossa época. Não tinha chance de escolher o que queria fazer, fazia o que era possível. Ele sempre foi convidado para trabalhar, nunca precisou pedir emprego para ninguém. Foi um grande profissional! Fez engenharia e fez artes plásticas. Ele era um artista! João era um artista, mas não teve chance nenhuma. Era um artista, na minha percepção. Toda vez que manifestava o amor dele, era a coisa mais incrível as coisas que ele fazia para me agradar. Aí eu ria. Eu me divertia com ele. Ele era maravilhoso! Quando nós recebemos a carta psicografada dele, ele usou a expressão “tesouro amoroso”.
Pensei com meus botões: “tesouro amoroso” sou eu. Sou eu que uso, como poeta. Ele não teve chance de ver. Quer dizer que, enquanto eu escrevia o livro, ele ficava do meu lado e lia o que eu escrevia. Eu percebia que ele estava ali. Na carta psicografada ele dizia: “Tesouro amoroso, perdão por todas as coisas que eu fiz você passar.” (quando ele ficou doente, que foi muito difícil para ele e foi muito difícil para todos nós). Então isso foi muito fundamental na minha dedicatória de hoje. O “tesouro amoroso” que nós formamos, que nós construímos. Agora o que mais me encanta, Irene, é a possibilidade que hoje, com a sabedoria, a maturidade, é que eu enxergo isso. Tudo o que nós fazemos bem feito, tudo o que nós podemos desenvolver como um bem, isso se transforma em um bem para muito mais gente na mesma situação. Então eu fico muito feliz porque, veja bem, eu e o João demos palestras para casais durante dez anos e a gente ensinava os casais jovens como viver o amor e, além disso, era uma coisa incrível como a gente expandiu essa ideia no coração dos jovens. Hoje eu tive alguns deles aqui e fiquei numa alegria imensa. Falei: vocês estão testemunhando o que conheceram, aquilo que receberam. As nossas aulas é a expansão desta noite de amor, que eu acredito, que João esteja muito feliz porque ele está aqui. Então é para muito mais gente, não é só para mim. Não somos todos um? Somos todos um! Cada um de nós é um fractal da fonte que Deus nos deu! Então isso é maravilhoso!
Para encerrar... Meu querido João, meu tesouro amoroso, você está vivendo em um momento de escolhas, aí no Universo, sou testemunha disso e fico muito feliz, muito feliz de perceber as suas escolhas, porque elas continuam vibrando energeticamente pelo nosso reencontro. É muito lindo isso!
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