NOSSO TEMPO - IX
Voltei, mais uma vez, ao nosso território... à engalanada
doce vila... à bucólica Tibério... Acostei-me ao portão,
ferido como eu, no amor... coitado! Era aqui, então,
que Rosaura me aguardava... altiva... esperançada!
Era noitinha... Eu haveria de ser protagonista agora,
de cenas raras de amor inusitado e idílio interminável!
E aquele acerbo torpor de outrora... hoje, amável,
Invade a minha alma e tudo torna, como antes, fora!
E eis que vem minha Rosaura! Passos largos... confiosa!
Esperei por ti, tanto, querido... Mas olvidemos a tristeza!
Abraça-me forte! Mais... mais forte... Curemos a ferida
que nos dói! Foi onde que erramos?! Redimamos a beleza
desse amor... um novo tempo, agora! Mas se tu, querida...
Oh! não querido... não fales! Beija-me... estou tão ansiosa!!!
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NOSSO TEMPO - X
Por que tu me desdenhavas? É porque eu te queria
muito? Eu não conseguia te passar meu sentimento!
Fiz de tudo ao meu alcance... mas meu chamamento
não se ouvia! Eu... eu não sei, mas desdém não existia...
Nunca experimentara os encantos do amor... apenas via,
a centelhar, os teus olhinhos, a me oferecerem carícia...
Passa-me o vinho, querida... O peixe está uma delícia!
Um dia imaginei que os roubasse e os meus, eu te daria!
Deixa-me servir a tua mãe, a senhora Bia! Camarão
ela não gosta... eu já sei! Mas peixe doce... ela adora!
Põe pouco! Só um pouquinho... Ela está toda contente
agora, porque estamos juntos! Eu sei... Após, vamos lá fora,
ao teu jardim, namorar... aquele olor me toca, ternamente!
É um afago para ti, querido... Ele ansiava, como eu, a ocasião!
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Sonetos de Idemar de Souza, em destaque, na página 20 da 71a. Revista Ponto & Vírgula (abril/maio/junho/2025)

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