TALENTO- Cecília Figueiredo

 















Não tenho talento para viver.
Ainda não sei viver.
Não sei sair de armadilhas,
enganar o próximo,
roubar o tesouro,
encher de ironia a vida de alguém.
Engano a mim mesma:
roubo meu próprio tesouro
e me desarmo em armadilhas
que eu mesma inventei.
Minha ironia sou eu.


*
Poema de Cecília Figueiredo, em destaque, na página 8, da 72a. Revista Ponto & Vírgula (julho/agosto/setembro/2025)


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