NOSSO TEMPO- Idemar de Souza

Foi-se o tempo! Todo dia... toda noite... entanto, eu te revejo 
na fábrica, na escola, no portão... e isso me mata, intimamente... 
Que pena! Parece que, melhor teria sido, se eu contente, 
tivesse passado pela vida sem um bem! Mas prefiro, ao cotejo 

entre o passado e o presente, esta lembrança que alimenta 
o meu amor por essa vida... viver da esperança do teu beijo... 
Passo hoje, de ordinário, à tua porta, esperançado e não te vejo e nada... 
nada que eu faça, que não te envolva, me contenta! 

Acreditaste tanto em mim... na minha fé, tão desvalida! 
E, impiedosas, a pouco e pouco, as areias do tempo 
me enterraram... Só nós sabemos, se foi isso desamor... 

se foi desdita! Mas, quando leres, mesmo a destempo, 
este lamento, com saudade hás de lembrar e com ardor 
desse idílio, a pulsar em nossos corações, toda sentida!




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