Sonho tão ancho,
sonho tão belo. Claro
como serpentina cruzando
ares de mistério. Pura nuvem
de algodoal vencido, tecido e
costurado na pele. Livre para vogar
em terra ou água, em ares
mais rarefeitos. Em neblina fria e
contato com superfície cinza,
esquecido de si mesmo.
Repartindo-se e dando-se para quem
o queira, numa embalagem postal,
numa rama de correias.
Voo mais simples, sem perguntar-se
para que lado vai, de onde segue;
aceito simplesmente no diamante hirto
e orvalho tênue que é.
Sonho de maresia, simplesmente,
ecoada nas praias, evolada por entre
palmeiras. Seu destino é passar entre
as coisas e não estar; é mover-se
no ar com o som que leva
soprado entre as conchas e os dedos.
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