A vida depois da morte- José Antônio de Azevedo



Com a imortalidade da alma, discorrendo de acordo com as ideias do
homem &quota, “ morte não é o fim de tudo”. “Ela não é senão o fim de algo corpóreo e o começo de outro espiritual”. Na morte acaba o corpo e começa a alma. Sente-se o que dará ao túmulo não é o seu Eu, o meu Ser. É somente a matéria. O que constituirá o Eu, irá além, ficará para a eternidade.
O homem é um prisioneiro por excelência. O prisioneiro da sua
época, escalava penosamente os muros da sua masmorra. Colocava os pés em todas as saliências e subia até ao respiradouro. Lá, olhava, distinguia ao longe a campina. Aspirava o ar livre e via a luz. Hoje é tudo diferente, o recluso é preso, mas com a prática política da corrupção consegue Habeas Corpus com propinas, presenteia os carcereiros e consegue a liberdade. É só tendo dinheiro para estas transações fraudulentas e conseguirá tudo o que quiser. Daí “tudo muda, tudo passa neste mundo de ilusão, vai para o céu a fumaça e fica na terra o carvão”
Assim é o homem. O prisioneiro não duvida que encontrará a
claridade do dia, a liberdade. Como pode o homem duvidar se vai encontrar a eternidade à sua saída?
Por que não possuirá ele um corpo sutil, etéreo? De que o nosso
corpo humano não pode ser senão um esboço grosseiro?
A alma tem sede do absoluto e o absoluto não é deste planeta. É por demais pesado para a terra.
Na morte o homem fica sendo imortal. A vida é o poder que tem o
corpo de manter a alma sobre a terra, pelo peso que faz nela.
A morte é uma continuação. Para além das sombras, estende-se o brilho da eternidade.
As almas passam de uma esfera para outra, tornam-se cada vez mais
luz. Aproximam-se cada vez mais e mais de Deus.
“O ponto de união é no infinito. Aquele que dorme e desperta,
desperta e vê que é homem. Aquele que é vivo e morre, desperta e vê que é Espírito”.(Victor Hugo)
Muitos consideram que o falecimento de uma pessoa amada é ver-dadeira desgraça, quando, em verdade, morrer não é finar-se nem consumir-se, mas libertar-se.
Assim, diante dos que partiram na direção da morte, assuma o
compromisso do preparar-se para o reencontro com eles na vida espiritual.
Prossegue em sua jornada na Terra sem adiar as realizações superiores que lhe competem. Pois elas serão valiosas, quando você fizer a
grande viagem, rumo à madrugada clarificadora da eternidade.
Que Deus nos ilumine hoje e sempre! Com a lanterna do Espírito
Santo para a transição *transcendental da alma.

*Transcendência: Na tradição metafísica,o (neoplatonismo e a escolástica), caráter inerene a um princípio ou ser divino,que ultrapassa radicalmente a realidade sensível, e com a qual mantém, em decorrência de sua perfeição e superioridade absolutas, uma relação de soberania e de distância.



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