Nascida em São Paulo, sua vida desde pequena tem sido como uma sinfonia de arpejos, entrelaçando notas de desafios e conquistas para harmonizar os altos e baixos que compõem a jornada de alguém determinado a seguir em frente, com atitudes positivas e gratidão a Deus por todas as oportunidades recebidas.
Sua mãe era musicista, concertista de piano e proprietária de uma escola de música no piso inferior de sua moradia em São Paulo. Por isso, teve a sorte de crescer em um lar onde melodias permeavam cada canto, envolvida desde cedo pelas notas dos violões, pianos e acordeons que ali ressoavam.
Outro grande privilégio! Seu pai era um verdadeiro intelectual, fonte notável de saber que se empenhava em expandir o vocabulário dos filhos através de diálogos em português e inglês, fomentando neles o hábito de leitura.
Assim sendo, de seus pais herdou respectivamente o gosto pela música e pelos livros, passando horas absorta tocando instrumentos musicais ou lendo renomados escritores e poetas. Desde muito nova, buscava exprimir seus sentimentos, alegrias e dissabores através dessas duas artes. Com cerca de 8 anos de idade, conheceu pessoalmente o poeta Guilherme de Almeida, que se tornou sua referência de inspiração.
Com apenas 12 anos, o ritmo da vida a levou a dar aulas de violão e piano e a apresentar-se nos eventos musicais em teatros e programas de TV tanto como solista, como num conjunto de violões regido pelo grande maestro e compositor Isaías Sávio. Inscreveu composições suas em alguns festivais de música popular brasileira, inclusive nos da TV Record na cidade de São Paulo.
Não imaginava que aquela iniciativa juvenil seria o prelúdio de uma trajetória marcada pela resistência e busca incessante por conhecimento.
Dessa forma, entre acordes, partituras e poesias, ela trilhou seu caminho até concluir a graduação e licenciatura em psicologia e filosofia na PUC de São Paulo e posteriormente, encarar o desafio de conciliar a vida cotidiana na metrópole com os estudos para um mestrado em Psicologia da Educação na Universidade Federal de São Carlos.
Lecionou Psicologia nas Universidades PUC e Paulistana em São Paulo. Trabalhou com Seleção e Treinamento de pessoal e com educação infantil. O casamento e a chegada dos filhos trouxeram um novo compasso, mudando o tom da melodia para um acorde mais suave, mas não menos desafiador.
Os ventos da vida direcionaram-na a explorar novas rotas. Prestou e foi aprovada num concurso público, tendo sido lotada no município de São João da Boa Vista, cidade muito aprazível, onde residiu cerca de 08 anos.
Em São João, sequiosa de obter novos conhecimentos e interesses, conciliou a criação dos filhos — Raphael e Paula — com o trabalho e a faculdade de Direito, levando-os para as aulas por não ter com quem deixá-los. A cena, embora desafiadora, era repleta de humor: os pequenos absorviam o ambiente jurídico e misturavam seus termos às brincadeiras infantis. Divertiam-se discutindo com jargões — “Protesto, excelência!”, “Isto foi um furto famélico”, “contravenção penal!” — que ecoavam arrancando risos.
Conforme sua trajetória profissional progredia, os sons da vida conduziram-na a atuar em várias cidades, arrostando novos desafios e possibilidades, até que no ano 2.000 fixou residência em Ribeirão Preto.
Mesmo ao alcançar cargos melhores e posteriormente se aventurar no universo da advocacia, ela sempre manteve suas paixões pela música e pela escrita, reencontrando-se nos papéis de aluna (pois continuou a fazer e concluiu os cursos de inglês e música) professora e escritora, em uma incessante jornada de desenvolvimento pessoal.
Todos nós faceamos provações que nos fazem questionar a força de nossa própria alma. A jornada torna-se ainda mais íngreme quando somos confrontados com enfermidades ou com a dor dilacerante da perda de entes queridos. É nessas horas que descobrimos uma luz interior brilhando em meio às sombras da tristeza e do medo e a resiliência revela-se não apenas na capacidade de resistir, mas também na habilidade de se curvar sem quebrar, de se reinventar diante da dor e da incerteza. Certamente, ela deparou-se com momentos desafiadores que testaram sua capacidade de superar obstáculos aparentemente intransponíveis. Lidou com a doença e falecimento dos pais e irmãos e há alguns anos, como mãe, enfrentou ao lado dos filhos a dor da perda do pai. Porém, aberta às mudanças, a vida trouxe um novo capítulo com segundas núpcias e a renovação de sonhos.
Gravou um CD de piano solo e, atualmente em um ritmo que mistura audácia e dinamismo, alterna seus dias entre Ribeirão Preto (cujo povo muito fraterno e acolhedor passou a amar) e o Paraná (estado com excelente qualidade de vida e infraestrutura) onde leciona piano, acordeom e violão tanto para alunos particulares como para crianças de comunidades carentes, e é Conselheira da Secretaria Municipal da Cultura. Atuou também como Jurada em alguns festivais de música da região.
Seu sonho é deixar um legado que possa ressoar como um lembrete inspirador de que as adversidades pessoais devem ser faceadas com otimismo, persistência e coragem, transformando cada obstáculo em oportunidades de crescimento e realização e que o importante é continuar aprendendo e absorvendo conhecimentos independentemente da faixa etária, pois cada pessoa tem sua própria melodia interior a expandir.
Após haver participado de mais de uma dezena de antologias em diferentes municípios, com seu primeiro livro solo, Arpejos da Alma, convida os leitores a uma viagem poética reflexiva, explorando nuances do cotidiano, meio ambiente, sociedade, amor e espiritualidade. A obra é o resultado de vivências e elucubrações escritas em diferentes fases da vida. Cada verso escrito simboliza um arpejo onde as notas se expandem e trazem a convicção de que cada desafio superado nos aproxima um pouco mais da sintonia dos arpejos e acordes necessários para nossa evolução espiritual
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