Luz que acende, luz que apaga,
brincando de pique no ventre da noite.
Acende um cigarro, apaga uma vida,
no silêncio esquisito do Largo do Estácio.
Gente escondendo nos cantos da noite,
sob a chuva miúda que oculta os postes,
que não molha o chão do Largo do Estácio,
que sobe seca no rumo do nada.
Voz feminina cantando na noite,
para a lua oculta pela chuva miúda,
como o manto do céu,
que não toca o chão, que não molha a alma.
Assim como o amor que fugiu,
brincando de pique no escuro das sombras
dos cantos da noite,
no silêncio esquisito do Largo do Estácio.
Poema de Sérgio Roxo da Fonseca, em destaque, na página 17,
da 63a Revista Ponto & Vírgula (abril/maio/junho/2023)
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