Mãos de fada- Shirley Stefani

                                            
             Ela se foi, assim, de uma maneira fina e elegante, após o chá.    Seu rosto era marcado pelo sorriso.  Em quase tudo via graça. Filha, esposa, mãe, mulher, avó, sogra, irmã, vizinha, amiga e companheira.  Um ponto de referência. Fazia da vida uma festa! Ficar perto dela era estar com a alegria.
              No nosso último encontro descobri que gostava de mapas. Disse que estudar era um prazer e que, se a vida  lhe  tivesse  dado  mais oportunidades, teria aprimorado  seus estudos em Geografia e Português.
              A boa macarronada, o bolo, o café, as plantas nos vasos do seu jardim. Amou, como poucas mulheres aprendem a amar, vivia um dia de cada vez. Uma fé inabalável  fez com que ela permanecesse firme diante dos desafios da dor.
              Artista por natureza,  criava e recriava a vida como  a linha  e a agulha procuram  encontrar o melhor ponto do crochê. Às vezes surgia um pássaro, um peixinho, uma coruja, uma flor ou uma borboleta e  seguia em frente, prestimosa, até que sua obra ficasse pronta sem perder o fio da meada.
                Sentimos sua falta minha querida, com certeza! 
            Você viverá em nossos corações como alguém que acreditou que viver  é uma M a r a v i l h a!


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