Cristiane, uma adolescente carente, vivia à margem “do rio”.
Não sabia se defender.
Ficou refém da drogadição, que trocou pelo pão e bujão de gás.
Cresceu sem amor.
Com a alma e corpo sofrido foi internada em uma clínica.
No seu rosto enxerguei abandono. Ofereci-lhe uma rosa.
Ela, me chamando de dona,
quis fazer daquela rosa um jardim e se reeducou.
Aprendeu a não ter medo “das águas do rio”, metáfora da vida.
Ao sonhar e realizar, teve motivação para aprender,
ler, escrever, sexualidade para se proteger e postura.
No coral da clínica se esforçou como integrante.
Não vive mais à margem do rio da vida,
se sentindo humana, com autoestima valorizada.
Na despedida, quando recebeu alta, me disse:
- Quero ser como você, professora e poeta.
Nosso abraço de despedida foi cheio de ternura.
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